1 de março de 2009

Liberdade, igualdade e utopia

Na antiga Atenas, quando surgiram os primeiros vestígios de democracia, todos os homens atenienses maiores de 18 anos podiam ter vida política. Eles eram todos livres e portanto iguais. Mulheres e cidadãos não atenienses eram impedidos de qualquer tipo de expressão ou manifestação política. Aristóteles já havia dito por aí muito (ou pouco) antes (ou depois) disso que a ‘liberdade é o princípio básico da democracia’.

Mentira.

Liberdade já foi critério de igualdade. Mas naquela época os poucos cidadãos que podiam participar da primitiva democracia eram limitados pelo fator poder. Podia mais quem tinha mais. Sim, já naqueles tempos os ricos tinham voz e os pobres, tão livres quanto eles, ficavam a mercê de suas decisões.

O caráter material sempre limitou a igualdade, e portanto, a liberdade.

E hoje, se a constituição diz que somos todos iguais perante a lei é porque nada mudou. Ainda quem possui propriedade, dinheiro e bens materiais é mais livre.

Ou não. Pois ‘o homem com o objetivo de garantir sua propriedade coloca limites à sua própria liberdade’ (Locke).

É aí que eu concordo com a idéia de que nós não nascemos todos livres e iguais. É o sistema econômico, político e social em que vivemos que dita isso. Ser ou não ser, ter ou não ter.

(Por enquanto que se ****** os acentos.)

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